Em Via Dolorosa, David Hare interrogava-se: “O que interessa mais? Pedras ou ideias?” Isto é, interessam mais as edificações ou as ideias que as pessoas têm?
Uma visita à Assembleia da República é sempre um motivo para voltar à mesma interrogação secular.
À entrada, os procedimentos de segurança são rígidos. Telemóveis, canetas, malas e até pastilhas elásticas estão proibidos de entrar no hemiciclo. Somos informados também duma série de regras de respeito para com a instituição e com os habitantes da mesma. Não é permitido conversar, só sussurrar. Quem ficar na bancada da frente, não pode apoiar-se no varandim nem esticar as pernas, já que poderiam cair pedrinhas para a cabeça dos deputados. Mais uma vez a importância das pedras ou das ideias... Respeito.
Seria de supor que o rigor exigido ao cidadão que visita o espaço onde estão os seus representantes, fosse extensível a esses mesmos representantes: Principio da Igualdade e não discriminação.
Nada disso.
Em baixo, assiste-se a um frenesim de utilizadores de telemóveis, leitores de jornais, transeuntes, e claro oradores. Grandes movimentações. Um orador fala, há gente que conversa, de costas para o orador. E se este terminar a sua brilhante exposição de ideias e merecer um aplauso partidário, o senhor que está de costas regressa ao seu lugar e aplaude efusivamente as ideias do seu colega de bancada. Por pouco tempo claro.
Há “transeuntes” que entram, cumprimentam os seus amigos, assinam o ponto e voltam ao “trabalho” nos gabinetes. E nós a assistir. A edificação da democracia. O exercício da democracia representativa. Por momentos, olhei para a sola dos meus sapatos e procurei pedras e desejei estar na bancada da frente. Afinal as pedras a cair podem ser apenas sinal de que algo está a ruir.
Uma visita à Assembleia da República é sempre um motivo para voltar à mesma interrogação secular.
À entrada, os procedimentos de segurança são rígidos. Telemóveis, canetas, malas e até pastilhas elásticas estão proibidos de entrar no hemiciclo. Somos informados também duma série de regras de respeito para com a instituição e com os habitantes da mesma. Não é permitido conversar, só sussurrar. Quem ficar na bancada da frente, não pode apoiar-se no varandim nem esticar as pernas, já que poderiam cair pedrinhas para a cabeça dos deputados. Mais uma vez a importância das pedras ou das ideias... Respeito.
Seria de supor que o rigor exigido ao cidadão que visita o espaço onde estão os seus representantes, fosse extensível a esses mesmos representantes: Principio da Igualdade e não discriminação.
Nada disso.
Em baixo, assiste-se a um frenesim de utilizadores de telemóveis, leitores de jornais, transeuntes, e claro oradores. Grandes movimentações. Um orador fala, há gente que conversa, de costas para o orador. E se este terminar a sua brilhante exposição de ideias e merecer um aplauso partidário, o senhor que está de costas regressa ao seu lugar e aplaude efusivamente as ideias do seu colega de bancada. Por pouco tempo claro.
Há “transeuntes” que entram, cumprimentam os seus amigos, assinam o ponto e voltam ao “trabalho” nos gabinetes. E nós a assistir. A edificação da democracia. O exercício da democracia representativa. Por momentos, olhei para a sola dos meus sapatos e procurei pedras e desejei estar na bancada da frente. Afinal as pedras a cair podem ser apenas sinal de que algo está a ruir.
1 comment:
Pedras concerteza... Ideias, muito poucas... Vivam os blogs do Carlos Afonso!!! Bjs :-)
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